Quantos e-mails irrelevantes envia num dia? 65? Acabou de contribuir com a mesma quantidade de CO2 para a atmosfera como se conduzisse o carro para andar 1 km. Em 2020 o CESAM propõe que seja mais consciente e sustentável e evite enviar e-mails irrelevantes. https://tinyurl.com/environmental-impact-of-emails

 

Entre os dias 17 e 19 de dezembro a Universidade de Aveiro recebeu diversos investigadores da Universidade de Palermo em Itália, Universidade de Dubrovnik da Croácia, EMUNI (Universidade Euro-Mediterrânea) na Eslovénia, Universidade de Alexandria no Egito, Universidade de Assuão no Egito e Academia Árabe das Ciências e Transporte Marítimo no Egito para a reunião de arranque do projeto Erasmus+ FishAqu (“Knowledge Exchange in sustainable Fisheries management and Aquaculture in the Mediterranean region”). O principal objetivo deste projeto é criar um programa de mestrado em Aquacultura e Pescas à luz dos princípios do processo de Bolonha. O ínicio desta reunião foi marcado pela receção de boas vindas por parte do Vice-Reitor da Universidade de Aveiro, Professor Artur Silva. Durante a reunião estabeleceram-se as bases para a implementação e execução do projeto tendo sido estabelecidas as bases para o desenvolvimento curricular em reuniões futuras em Assuão e Marsa Matrouh no Egito, assim como em Pirão na Eslovénia. Este projeto envolve, entre outras atividades a mobilidade de docentes e alunos da Universidade de Aveiro ao Egito onde participarão na lecionação de módulos do mestrado, assim como a receção na Universidade de Aveiro de estudantes egípcios. http://fishaqu.eu/

Investigadores do CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa observaram três espécies de aves a alimentarem-se de seiva de palma, parcialmente fermentada, aproveitando a recolha feita nas palmeiras pelas populações locais para produção de vinho de palma, no Arquipélago dos Bijagós, Guiné Bissau.

São poucos os grupos de animais vertebrados que conseguem alimentar-se de seiva de plantas, no entanto, algumas espécies de aves e mamíferos incluem este recurso altamente energético na sua dieta. Um estudo realizado em 2019 por investigadores do CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa documentou (Jorge Gutiérrez, Teresa Catry, José Pedro Granadeiro), pela primeira vez, três espécies de aves (Tecelão-malhado Ploceus cucullatus, Engole-malagueta Pycnonotus barbatus (na imagem) e Beija-flor do Gabão Anthreptes gabonicus) a alimentarem-se em pontos de recolha de seiva de palma. Na verdade, o consumo de “vinho de palma”, produzido a partir da seiva recolhida das palmeiras, é uma prática comum em muitos países do Oeste Africano. Para isso os habitantes locais fazem cortes no topo das árvores a partir dos quais extraem a seiva. 

Neste trabalho, que decorreu durante três meses na ilha de Orango, no arquipélago dos Bijagós, as aves foram observadas a tirar partido desta oportunidade, bebendo diretamente dos pontos de recolha de seiva nas palmeiras. Esta seiva, além de rica em açúcares, pode também ser uma fonte de água importante na época seca. No entanto, “Apesar de não se terem observado alterações no comportamento destas aves, esta seiva já está parcialmente fermentada, contendo entre 5,6 e 7,6 % de álcool (o equivalente a uma cerveja). De alguma forma estas espécies parecem estar adaptadas para lidar com este nível de álcool, mas serão necessárias mais experiências para o provar” explica Jorge Gutiérrez, um dos autores deste trabalho. Os autores destacam ainda que é muito interessante “o facto destas aves potencialmente aprenderem este comportamento de aproveitamento deste recurso umas com as outras, podendo servir como modelos de estudo de transmissão cultural em ambiente selvagem”. 

Este é um exemplo de um caso em que o Homem facilita o acesso de alimento a estas espécies de aves que, de outra forma, não conseguiriam aproveitar este recurso. Interessante também é o facto destas aves parecerem estar familiarizadas com a localização e produção dos diferentes pontos de recolha e defenderem-nos ativamente de outras que tentem alimentar-se neles. Os próximos passos serão “investigar a ocorrência deste comportamento em outras ilhas do arquipélago dos Bijagós e realizar experiências com aves marcadas individualmente para se perceber a relevância do vinho de palma na sua alimentação e o potencial papel da transmissão cultural neste comportamento” diz Jorge Gutiérrez.

O artigo original pode ser lido aqui. O trabalho foi realizado no âmbito do projeto MigraWebs.

[Créditos da imagem: Jorge Gutérrez]

 

Decorreu no dia 10 de dezembro no ECOMARE (Universidade de Aveiro) o workshop de apresentação do projeto TraSeafood – Rastreabilidade da Origem Geográfica como uma Via de Valorização Inteligente dos Recursos Marinhos Endógenos (PTDC/BIA-BMA/29491/2017) apoiado financeiramente pela FCT/MEC através de fundos nacionais e cofinanciado pelo FEDER no âmbito do Acordo de Parceria do PT2020 e Compete 2020. O workshop contou com a presença de toda a equipa de investigadores do projeto e ainda com a presença de representantes da Autoridade Marítima Nacional, da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e outras entidades parceiras que fazem parte do comité de atores chave que acompanha o projeto TraSeafood. Neste evento foram apresentadas as técnicas biogeoquímica e bioquímicas utilizadas, assim como os modelos estatísticos desenvolvidos, que já permitiram definir com sucesso as melhores metodologias para conseguir atingir a rastreabilidade da origem geográfica de vários organismos marinhos recolhidos ao longo da costa continental Portuguesas e da Galiza. O projeto TraSeafood continuará até 31 de maio de 2021 auxiliando as entidades competentes a combater a pesca ilegal e a expor práticas fraudulentas e/ou que coloquem em risco a saúde pública.

Miguel C. Leal e Ricardo Calado, investigadores do CESAM e membros do grupo de investigação de Biotecnologia Marinha & Aquacultura (MBA), coeditaram um Volume Especial sobre Alimentos Aquícolas Funcionais publicado pelo Journal of the World Aquaculture Nutrition (Wiley). No editorial deste volume especial ambos os investigadores alertam para que “a falta de enquadramento legal adequado de avanços científicos resulta invariavelmente num adiamento do seu uso pela indústria. Se esses impedimentos legais surgirem para os alimentos aquícolas funcionais, a indústria da aquacultura pode não ser capaz de fornecer à população mundial a proteína cultivada de forma sustentável de que esta tanto necessita.”

[Legenda da imagem: Infografia do Artigo em Destaque no Volume Especial do JWAS sobre Alimentos Aquícolas Funcionais]

Lisa Sousa, investigadora do CESAM e do grupo COPING do Departamento de Ambiente e Ordenamento, em destaque no Caderno produzido pelo Açoriano Oriental sobre a Conferência Internacional “Governança dos Oceanos em Regiões Arquipelágicas”, que decorreu no Faial em outubro.

A Conferência reuniu mais de 80 convidados e 195 participantes de vários países do mundo para partilhar conhecimento e debater os desafios da gestão e governança do mar. Discutiram-se temas como a monitorização e avaliação dos recursos marinhos, literacia para os oceanos, socioeconomia das pescas, ordenamento do espaço marítimo e áreas marinhas protegidas.

A investigadora foi convidada a apresentar os resultados da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) do Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo. Este trabalho foi coordenado pela Professora Doutora Fátima Lopes Alves e Doutora Lisa Sousa, no âmbito do contrato celebrado com a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

A AAE foi realizada, em paralelo com o Plano de Situação, pela Universidade de Aveiro e em estreita ligação com as equipas da administração responsáveis pela elaboração do Plano no Continente (DGRM), Madeira (DROTA – Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente) e Açores (DRAM – Direção Regional dos Assuntos do Mar). Teve como objetivo identificar, descrever e avaliar os eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes das opções estratégicas de desenvolvimento propostas pelo Plano de Situação, tendo sido garantida uma abordagem de natureza estratégica consonante com um processo de AAE.

O acompanhamento contínuo, interativo e sistemático do Plano de Situação permitiu potenciar os efeitos positivos decorrentes da sua implementação, bem como minimizar os efeitos negativos, nomeadamente através da identificação de medidas de minimização desses efeitos, integradas nas boas práticas constantes do Plano de Situação, para cada uso/atividade, e estabelecer diretrizes de monitorização, integradas na respetiva monitorização do plano.

Link para o Caderno do Açoriano Oriental: https://www.acorianooriental.pt/files/multimedia/docs/249.pdf